18 fevereiro, 2007

Carnaval para uns...

Bom, isto de ser carnaval até dá jeito pois parece que em alguns sectores o país pára e dá-nos tempo para trabalhar. Em tempo de "vacas a engordar" não nos podemos dar ao luxo de abrandar, sob pena de sermos ultrapassados. A minha filosofia é a de estar sempre na faixa de aceleração, e com "via verde".


Decidi escrever este artigo pois, como disse num 'post' anterior, desde janeiro fomos abordados no último mês por 12 novos empresários que desejam iniciar a sua actividade e com isso criar postos de trabalho e gerar riqueza. A nossa missão inicial, na reunião de abertura com os potenciais clientes - que só se tornam clientes após a assinatura do contrato de prestação de serviços, como é obvio [e sobre isto tenho que contar uma mais à frente...] - é precisamente o tentar perceber de onde vem, que competências nucleares tem para poder gerir com sucesso o negócio e quais os seus objectivos com o projecto.

Muitos deles tem, como é obvio, todas as condições para serem empresários de "boca cheia", mas outros, infelizmente, e fruto também da cultura e do sistema de ensino que temos em Portugal, não estão minimamamente preparados para tal empreendimento. E digo isto pois além de não terem capital nem garantias [esta fase com alguma arte & engenho ainda pode ser superada], esperam sempre por um subsídio a fundo-perdido do Estado como luz ao fundo do túnel, e de preferência com 100% a fundo perdido, ou seja, sem terem que arriscar nada do seu bolso. É obvio que atitudes destas estão à partida condenadas ao fracasso. É claro que estes casos são 1 em cada 10 que nos aparecem... mas existem.

Ser empresário é algo muito complexo hoje em dia, e com a evolução do sistema bancário mas sobretudo do enquadramento fiscal e das fórmulas de cruzamento de dados que o Estado tem para vedar quaisquer tipo de "fraudes", é ainda mais! Hoje em dia temos que declarar tudo sob pena de amanhã estarmos a ser "entalados" pela admnistração fiscal. E é assim que tem que ser. Se eu declaro 100% do que ganho porque é que o meu vizinho não o faz? É uma das formas de concorrência desleal, por exemplo.

No decorrer a reunião é normal eu perguntar qual a sua visão do negócio e qual a filosofia de gestão que tem pensada, pois é claro que do negócio do meu cliente sabe ele. Qualquer empresário pode cometer erros capazes de comprometer o futuro do negócio. O "segredo" é ter um sistema de detecção de pontos críticos e, se necessário redesenhar os processos da empresa.

Muitos são os negócios que desaparecem nos 5 primeiros anos de vida. É estatístico e indesmentível. Outros, no entanto, sobrevivem mas com alguma dificuldade.

Na origem do que por vezes ameaça um empreendimento pode estar um erro, um detalhe esquecido, um pequeno "pecado" cometido pelo empreendedor/empresário. O facto de se admitir que se cometeu um erro pode significar a diferença entre evoluir ou morrer. Mas se existe alguma virtude na assumpção do erro é que o mesmo possa servir de "lição" para quem o cometeu. É preciso ter a disposição e a coragem para o/os corrigir.

Mas... o que pode acontecer de errado?

1. Ser centralizador em demasia. O excesso de controlo inibe idéias, restringe iniciativas e criatividade e faz perder agilidade.
2. Usar mal o tempo. Planeando adequadamente as tarefas diárias, sobra tempo para pensar sobre a empresa e seu futuro.
3. Ter uma visão fragmentada do negócio. Isso dificulta a procura de novos clientes e novas oportunidades, impedindo a visão do contexto global e das mudanças de tendência.
4. Pensar na empresa olhando só para seu passado. Nada garante que o que funcionou até agora continue no futuro.
5. Achar que se pode ter sucesso sozinho. É vital saber formar, liderar, motivar e reter equipas e talentos. Criar um networking eficaz
6. Dedicar muitas horas a tarefas não críticas. É pouco produtivo o empreendedor ficar preso a rotinas improdutivas.
7. Misturar interesses familiares com os do negócio. Esse fantasma ainda paira em muitas empresas nacionais - quase 98%.
8. Desviar atenção, tempo, esforço e dedicação do foco principal do negócio.
9. Acreditar que já se sabe tudo. É fundamental estar aberto a novos horizontes e estimular os colaboradores a actualizarem-se de forma constante.
10. Imaginar que dá para construir uma empresa sem paixão. Esse sentimento deve passar fornecedores, funcionários e clientes. São pessoas que lidam com pessoas!...

Existem mais ainda mas estes são os que normalmente barram o caminho para o sucesso! Estes 10 pontos foram adaptados (não copiados, não plagiados) de uma lista que um empresário brasileiro meu amigo me enviou por Mail. Obrigado Eduardo.