18 dezembro, 2005

O ESPÍRITO DE EQUIPA, A MOTIVAÇÃO E A DINÂMICA DE GRUPO

Finalmente, e tal como "prometido" cá estamos novamente com algum tempo para escrever um pouco e comunicar com quem tem a "pachorra" de passar por aqui regulamente. Nem sempre existem também ideias e factos/situações para comentar por isso também há que "puxar pela cabeça" para arranjar temas que sejam minimamente interessantes e que não sirvam apenas para "encher" este blog. Não é esse o objectivo.
Uma vez que se aproxima um novo ano, e é a altura por excelência em que se fazem planos, orçamentos previsionais, promessas etc... pensámos precisamente num tema que mexe com as empresas: as pessoas é claro. É extenso... mas penso que interessante para esta altura do ano.
Cada vez mais os “empregos para toda a vida” são uma utopia. Mas isto também depende das pessoas. Pessoalmente acredito que se possa manter uma relação pessoal/profissional que perdure. Se antigamente assim o era porque não agora? A tecnologia foi, no limite, a única coisa que evoluiu. O Homem continua a ter valores, objectivos, um espírito de missão e outros atributos que se mantém inalteráveis desde há muito. Não se muda a essência de um ser de “um dia para o outro”...

Numa organização o estabelecimento de uma relação entre a entidade patronal e o funcionário é fundamental, a qual inclui direitos, obrigações e responsabilidades mútuas e ao mesmo tempo objectivos e metas comuns. O crescimento sustentado da empresa depende do desenvolvimento do espirito de equipa, motivação, cultura dinamização da empresa. Esta parceria para resultar na sua plenitude carece de ser alimentada de uma forma contínua tanto por parte do empregador como do funcionário, não esquecendo o relacionamento com os colaboradores externos. A criação e o fomento do espirito de equipa, a motivação de todos os colaboradores que fazem parte da organização e a capacidade de os colocar a comunicar e a trabalhar em conjunto (dinâmica de grupo), são três desafios importantes que se colocam a qualquer empresário. Importa perceber então, a importância de cada um destes elementos e as técnicas possíveis de serem usadas para os potênciar.

O espirito de equipa - É fundamental promover de forma contínua uma relação positiva entre a entidade patronal e o empregado que não se esgote apenas no cumprimento das obrigações contratuais (pagamentos, fornecimentos, formação, etc). Este relacionamento e comportamento positivo é alicerçado num conjunto de atitudes positivas (integridade, lealdade, frontalidade, confiança e colaboração) e que se consubstanciam numa cultura própria, onde o sentimento de união, parceria e espirito de equipa são o elemento fundamental. Nesta perspectiva, a entidade patronal não pode ser vista como simples “patrão” nem o funcionário como empregado/criado. É fundamental não encarar a relação contratual com o funcionário do tipo “patrão - empregado”, mas sim de relação tipo “parceria”, pois o sucesso de ambos depende da forma como contribuem para o desenvolvimento do negócio. Da capacidade de saber trabalhar em equipa dependende em grande parte o sucesso de um negócio.

Motivação - O elemento motivacional é igualmente preponderante para o sucesso do negócio e cabe à entidade patronal uma grande quota parte de responsabilidade no fomento da motivação e confiança dos seus funcionários. Algumas técnicas e formas que devem ser usadas pela entidade patronal:

1 - Partilhar a sua estratégia, plano e objectivos (Missão/Visão) com todos os seus funcionários, não só apenas numa fase de arranque, mas de uma forma continua. Assim, os seus parceiros irão sentir-se envolvidos no sistema, perceber o papel importante que desempenham e como é importante o seu contributo e apoio para o atingir dos objectivos.

2 - Agendar reuniões periódicas de acompanhamento do trabalho realizado pelos seus colaboradores. A entidade patronal deve inteirar-se da actividade do seu funcionário. Em conjunto devem avaliar os objectivos traçados inicialmente no plano de negócios. É importante analisar os resultados a nível de marketing, a nível financeiro (orçamento e rentabilidade), procedimentos específicos e qualidade do produto/serviço prestado. Mais do que controlar a actividade do funcionário estas reuniões devem ter um objectivo motivacional. A entidade patronal deve felicitar o funcionário pelo bom desempenho, pelos objectivos alcançados, mas também ouvir os problemas, partilhá-los e definir em conjunto rumos e medidas para resolver essas dificuldades. Em simultâneo os desvios ao método devem ser verificados e corrigidos.

3 - Produzir e distribuir uma newsletter interna e circulação de informação interna via e-mail. A newsletter deverá dar relevância às metodologias da empresa, às noticias mais recentes relacionadas com a empresa, mas também comunicar o bom desempenho e as acções de relevo dos colaboradores que são responsáveis directamente pelo desenvolvimento da empresa. Esta newsletter poderá ser também um espaço aberto à opinião e ao contributo de todos os funcionários. O empresário deverá fazer circular toda a informação relevante relacionada com o ramo de actividade do negócio. Todos os colaboradores deverão igualmente comunicar os aspectos relevantes da sua unidade, entre todos na organização. Uma intranet é actualmente a forma mais rápida e eficiente de fazer circular a informação interna.

4 -Atribuição de prémios aos melhores funcionário que se tenham distinguido, quer em termos de resultados e desempenho na sua unidade, quer no contributo que possam ter dado em beneficio do negócio. Um exemplo é o prémio do funcionário do mês. Dinâmica de Grupo - Um elemento vital para o sucesso e bom funcionamento de um negócio é a sua dinâmica enquanto grupo. A força do conceito de negócio, nunca é de mais dizer, reside na sua capacidade de comunicar e partilhar conhecimentos e experiências entre os funcionários ditos chave. Assim é necessário juntar as pessoas, incentiva-las a comunicar, a partilhar conhecimentos e experiências, isto é, trabalhar em conjunto. Uma das formas mais usuais são as reuniões e encontros inter - departamentais. Estes encontros devem ser realizados de uma forma regular. Permitem o contacto entre os diferentes departamentos da empresa de forma a definir determinados pontos de interesse, a nível comercial, marketing, financeiro e produtivo. Em suma, um negócio para além de todo o sistema, metodologia, técnicas, produtos ou serviços, é constituído por pessoas e relacionamentos. Sob o ponto de vista das pessoas é importante a sua motivação individual e colectiva, fazendo parte de uma mesma equipa que pretende ser vencedora. É fundamental sentir a cultura da empresa, “vestir a mesma camisola” e fazer dos objectivos individuais também o objectivo comum da empresa e dos objectivos da empresa os seus próprios objectivos. É este o grande desafio que se coloca actualmente ao gestor de uma empresa !

E atenção, estimados leitores, em particular, aos empresários que leêm esta crónica , o futuro de qualquer organização passa, acima de tudo, pela capital fidelização dos clientes internos. Só depois destes estarem devidamente enraizados é que podemos passar para o exterior. Quantas vezes já foi a uma empresa/estabelecimento, e se deparou com N pessoas diferentes, quando por vezes já tinha criado alguns laços de empatia com o seu precedente? Pois é.... Só nos colocando do lado de lá da barreira invisível é que podemos ver o que por vezes é obvio. Não nos podemos esquecer que durante algumas horas do dia somos empresários, mas noutras somos clientes de outrém. Aqui devemos aplicar o ditado “Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti”.
A apresentação deste texto tem em linha de conta o que me proponho a incutir neste Grupo. Antes de haver VENDAS, antes de haver PRODUTO, antes de haver PROCESSOS, temos que ter um grupo de PESSOAS motivadas, que bebam o espírito de missão e que saibam, em qualquer momento o que fazem, porque o fazem e saibam, acima de tudo responsabilizar-se por tudo isso.
Bons Negócios!