06 novembro, 2005

Gerir afinal é uma arte... – O Futuro da Gestao começa aqui!

O título não é nada abonatório mas reflecte vivamente o que se pretende com este espaço. A partir desta edição e, com periodicidade semanal iremos focar, com uma linguagem corrente as novas teorias do campo do conhecimento aplicáveis à gestão em geral que, de uma forma ou de outra intersectam estratégicamente o ciclo de vida de qualquer empresa. Conceitos como Balanced Scorecard, Learning Organizations, Gestão Estratégica, Marketing de Guerilha, Seis Sigma, TQM, Avaliação de Desempenho e outros assuntos de interesse para empresários (e não só, claro) serão aqui semana após semana dissecados convenientemente. Há uma nítida falta de informação especializada que cubra um segmento de mercado que cada vez mais denota uma necessidade crescente de informação, nomeadamente das empresas com gestão familiar - que, a “brincar a brincar” empregam mais de 70% da força de trabalho actual em Portugal. Já lá vai o tempo em que o “guarda-livros” resolvia basicamente todos os problemas de qualquer empresa. Mais recentemente os “contabilistas”, também eles encerravam em si alguns serviços de valor acrescentado para o cliente, mas hoje em dia, as exigências multi-facetadas da sociedade, com transformações quase instantâneas dos pressupostos básicos inerentes aos negócios tornam insustentável a informação que vem veiculada destes profissionais. Refiro-me única e exclusivamente ao tipo de informação, claro.
O patamar é outro hoje em dia. Os factos financeiros apenas pressupõem realidades passadas. Nos tempos que correm temos que dar ênfase ao futuro e ao fazê-lo temos que ter real noção de algumas variáveis que são inerentes, como referi a mutações constantes e crescentes nas realidade empresariais. Muito já se escreveu sobre o tema. Muito mais há ainda para dizer. Como consultor de gestão profissional tenho aprendido que a teoria, neste campo é tão importante como a prática. Olha-se para os consultores como “teóricos”, como alguém que vem de fora e vem meter o “bedelho” em casa alheia, arruma-a e sai, sendo os resultados por vezes aquém dos estimados.
Ora cabe-me aqui fazer uma consideração como, digamos, prefácio de todo um processo que semanalmente iremos transmitir aos estimados leitores. Acima de tudo um consultor é alguém com competências acima da média, com formação específica nas áreas ligadas à gestão, muito especializado e que, precisamente por estar de fora, com uma visão quase de satélite, sem vícios e idóneo, consegue em muito pouco tempo (e aí vale a experiência) identificar os pontos fracos das empresas. O grande problema aqui é da parte de quem contrata, normalmente o dono da empresa, o administrador, o gerente.
Pensam precisamente que, pelo consultor ter tamanhas aptidões faz milagres e por isso não se envolve devidamente no processo. Delega funções para outros níveis, não está motivado e a “coisa” fica por ali. Em mais de 80% dos casos que tive oportunidade de assessorar foi isso que se passou. Ora aqui nota-se uma enorme falta de consciencialização por parte de alguns empresários de que a sobrevivência da SUA empresa depende da visão e dos objectivos que para ela estejam traçados. Ninguém está no mercado simplemente por estar. Se a empresa existe, se os produtos/serviços estão a ser colocados no mercado é porque há de facto uma missão a cumprir. Isto é o início de tudo... É precisamente por aqui que iremos começar a nossa sequência de artigos temáticos.
Planeamento Estratégico – Isto leva-nos outra vez ao início deste texto. A teoria é aqui parte fundamental do processo, pois é mediante estudos muito profundos, alguns deles sociológicos, outros empíricos e, claro, outros de caracter científico que se chegam a modelos que depois são levados à prática. Durante os primeiros 5 textos, iremos “dissecar” de forma explícita todo o processo de planeamento estratégico desde a análise do meio ambiente até à escolha/implementação da mesma. Depois disso iremos focar um assunto que só agora começa a ser falado em Portugal, mas de muita utilidade para empresas que queiram prosperar no longo-prazo: Competitive Intelligence. A não perder...
Que sirva, durante este período, para reflectir sobre o assunto. Tem alguma estratégia para o seu negócio? Onde pretende que o seu negócio esteja daqui a, digamos, 3 anos? Conhece os seus concorrentes? Sabe como contrapôr o seu Marketing ao deles? Os seus clientes estão realmente satisfeitos com o seu serviço?
Entre outras temáticas de enorme interesse...
ADurão