Sector Farmacêutico e a Gestão
Nunca em tão pouco tempo se falou tanto deste sector como agora. Começam agora a vir ao de cima os negócios milionários que circulam neste restrito meio. É um assumido que apenas profissionais creditados podem ter acesso aos também milionários alvarás de concessão para abrir uma Farmácia, mas vamos convir que em pleno século XXI estejamos a viver um proteccionismo deste calibre. Olhando para o Modelo de Porter este sector tem claramente uma Barreira à Entrada e das mais fortes, que é a restrição incondicional da Legislação. Experimentem abrir uma empresa (farmácia) sem ser farmacêutico inscrito na ordem... Pois é... pois é... Mas é que nem Gerente um não-farmacêutico pode ser veja-se só o nível-tampão que existe neste sector.
Mas é com a liberalização do sector que os farmacêuticos, vão começar a sentir as reais dificuldades de viver num mercado de concorrência feroz. O negócio das parafarmácias já é uma realidade (e vende tudo o que uma farmácia vende menos os éticos) e agora com a deslocalização da venda de alguns medicamentos [Vide Portaria nº 827/2005 e Decreto-Lei nº. 134/2005] fora das farmácias, deginados MNSRM (Medicamentos não sujeitos a receita médica) então é que a "festa" vai aquecer...
As margens estão a descer (veja-se o que está a acontecer desde Agosto) com o aumento dos medicamentos genéricos e começam a aparecer os verdadeiros riscos de negócio. Ainda mais agora que o Governo quer acabar com o protocolo que mantém com a ANF para pagamento ás Farmácias...
É claro que o que irá acontecer será simples. TODOS os empresários-donos de Farmácias terão que "descer à terra" e começar a fazer o que todos nós fazemos no dia-a-dia. Lidar com Competências, com Processos, com Técnicas de Venda, com Plano de Negócio etc, etc, etc...
Não estou a dizer com isto que o que existe está mal ou deixa de estar. É apenas uma OPINIÃO e MINHA. Agora tenho a certeza que o verdadeiro desafio para o negócio da farmácia está para vir e apenas os mais aptos conseguirão dar respostas e soluções para outras tantas perguntas e problemas.
Felizmente que ando a acompanhar este sector desde há um ano a esta parte e penso que domino com relativa facilidade todo o éter que gravita à sua volta. Acompanhei muito de perto uma espécie de Pós-Graduação em "Desenvolvimento do Negócio da Farmácia" e conheço BEM de perto todos os meandros da legislação e dos seus actores. Tive a sorte de ter a meu lado empresários do ramo que confiaram na Fiducial da Figueira da Foz para ser os seus conselheiros, gestores e consultores. Para tudo na vida é preciso ter sorte, é um facto mas o destino somos nós que o traçamos. Apostei.. Podia ter ido apanhar morangos.. Mais ainda: acompanhei quase dia-a-dia o implementar do "Manual de Boas Práticas de Farmácia" o que nos deu uma perspectiva ainda mais próxima, e ao mesmo tempo mais lata do que este sector representa..
São pessoas sérias, lutadoras.. como nós.. E é isso que nos dá alento para continuar. Afinal viram nestes "contras" todos uma oportunidade. A oportunidade de evoluir e caminhar em frente.
Afinal as farmácias são um NEGÓCIO, com todas as idiossincrasias que isso acarreta.
Num futuro BEM próximo apenas as empresas de serviços de gestão mais aptas (e acreditem que serão BEM POUCAS numa primeira fase) poderão prestar serviços de alto valor acrescentado a estes profissionais que é certo, terão dúvidas. Os tradicionais elementos contabilísticos e financeiros.. já eram. Agora estamos na era da previsão estatística de stocks (modelos de forecast), por forma a reduzir empates de capital, na era do Relationship Marketing para tratar clientes diferentes de forma diferente e diferenciada, única, na era das Competências, onde a formação será rainha..
Quando esse dia chegar... nós já teremos enviado muitos postais..
Bem hajam!
ADurão
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