AIP considera que OE2007 afasta Portugal da média europeia
A Associação Industrial Portuguesa (AIP) considera que a proposta de Orçamento do Estado para 2007, levará Portugal a criar mais atrasos face à União Europeia.Segundo a associação, as medidas propostas para o próximo ano, caracterizam-se pela «continuidade» das políticas de consolidação orçamental, que integram o PEC 2005/2009, e que já caracterizaram o OE06.
Lembram que o quadro macroeconómico subjacente mantém a previsão de crescimento do PIB para 2007 em mais de 1,8% (considerado já na revisão do PEC de Dezembro de 2005) e que a estimativa de crescimento, para 2006, passa para 1,4%, uma revisão em alta face ao valor considerado no PEC, que era de 1,1%, bem como face à previsão do BP (Boletim Económico de Verão) que era de 1,2%. «A verdade é que Portugal acumulará, nestes dois anos, mais atraso face à média europeia em termos de PIB, cujo crescimento será de 2,7% em 2006 e 2,1% em 2007», referem em comunicado.
O crescimento económico passa pelas exportações O crescimento económico em 2007 vai ter, na sua base, «um forte crescimento das exportações (7,2%) valor este um pouco inferior ao estimado para este ano (8,6%)», acrescentam. Trata-se, ainda assim, de um crescimento «significativo» que vai depender da evolução da procura dos países para onde Portugal exporta e particularmente de Espanha e Alemanha.
Tendo presente o aumento da carga fiscal, designadamente em IRC (mais 15,4%) e, por outro lado, a evolução negativa dos resultados operacionais das empresas não financeiras, «poderá ocorrer, em 2007, uma evolução menos positiva deste indicador, com repercussões também negativas ao nível do crescimento do PIB», salientam. As receitas correntes das Administrações Públicas (AP), receitas totais, receitas de capital, têm um crescimento significativo de mais 3511 milhões de euros (mais 5,7%), passando o seu peso no PIB de 40,3% para 40,7%. No que se refere aos Impostos (receitas fiscais do Estado) a taxa de crescimento será, em média, de 6,6% destacando-se as subidas do IRC (15,4%) e do ISP (10,6%).
A despesa corrente das AP prevê-se que tenha, em 2007 face a 2006, um aumento de 2,9% em termos nominais, «o que significa um ritmo de crescimento mais elevado do que em 2006 face a 2005 (1,3%). Contudo, a sua expressão em termos de PIB reduz-se de 42,7% para 42%, face ao maior crescimento do PIB em 2007», referem. Nestes termos o défice global das Administração Pública (AP), em 2007, prevê-se que seja de 6170,8 milhões de euros, equivalente a 3,7 do PIB, tal como previsto no PEC 2005/2009. Face à estimativa de execução de 2006, trata-se de «um decréscimo de 1118 milhões de euros (menos 0,9% do PIB)».
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