19 maio, 2006


Acabou a ExpoFigueira


A ExpoFigueira este ano não se realiza. Na base deste decisão da direcção da entidade organizadora, a Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF), reside a falta de apoios financeiros, públicos e privados. Em 1995 esta entidade começou a organizar a então chamada ExpoAciff que, ao longo dos tempos, foi sofrendo mutações ao seu modelo organizacional, passando pelo Jardim Municipal. O ano passado, segundo disse Fernando Cardoso, presidente da ACIFF, este certame teve um custo de realização a rondar os 200 mil euros, sendo que o prejuízo foi de sensivelmente 30 mil euros. A autarquia figueirense, directa e indirectamente, contribuiu com 20 mil euros. No entanto, critica o responsável quando questionado sobre eventuais conversações sobre o modelo deste ano, “que conversa podemos ter quando ainda só pagaram cerca de cinco mil euros?”. A somar ao facto do parco apoio institucional, Fernando Cardoso aponta o dedo acusador à própria sociedade civil, na medida em que “a Figueira nunca assumiu o interesse em fazer uma feira de actividades”. Assim, defende que a sociedade “deve dizer, de uma vez por todas, que feira quer ter, se a quer ter, qual o modelo a seguir”. Mas adianta que, na sua opinião, “a Figueira deveria assumir a realização de uma feira de actividades com dimensão, onde se possa projectar o gosto das pessoas pela sua terra”. A todas estas críticas, o líder da ACIFF diz que o modelo de integrar a ExpoFigueira nas Festas da Cidade – S. João nunca teve o interesse desejado. “A ACIFF nunca sentiu que a ExpoFigueira fosse, realmente, integrada nos festejos e levado em conta nesses termos”. A título de mero exemplo, ficou a informação de que na região centro existem duas outras realizações empresariais análogas. Uma com um orçamento de um milhão de euros e outra com um apoio camarário de 200 mil euros. Perante os factos tornados públicos, Fernando Cardoso diz que “a ACIFF não pode continuar a suportar os custos de uma feira destas, mas estamos cá para apoiar e mesmo organizar”, mediante “outra afirmação das parcerias por parte das várias entidades locais”. Assim, “é tempo de parar e reflectir”.
A seu tempo, como figueirense e empresário responderei!
António Durão